sábado, 29 de outubro de 2011

Tormento

Caminho no deserto,
treme minha alma...
Anseio por sentir a Sua presença
e me sinto afastado
pelas trevas que me cercam.
Ergo minhas mãos:
Vinde meu Deus!

domingo, 23 de outubro de 2011

Em tempos de crise, onde está a nossa gratidão?


Percorremos tempos difíceis e a estas dificuldades não escapam também os cristãos. Mas cada um sabe de si e certamente Deus sabe de todos.
Correm tempos difíceis e quem deseja viver com o Pai pode e deve marcar a diferença, porque temos uma outra defesa: a protecção de Deus que nada nos deixa faltar (Salmo 23: 1). E por isso mesmo, nestes tempo de tanta perturbação, mais do nunca devemos pôr na nossa frente a questão: onde está a nossa gratidão para com Deus?
Aos vinhateiros foi-lhes dada a vinha, de que eles tomaram posse. Mas não quiseram pagar a renda, de retornar ao dono da vinha aquilo que lhe era de direito (Mateus 21, 33.43). De igual modo, Deus reclama um tributo por aquilo que nos deu. Mas esse tributo não é nenhum jugo pesado, como os senhores feudais da Idade Média. Não, este tributo é apenas o da gratidão pela Sua obra e, nesta gratidão, cumprirmos a Sua vontade.
Os tempos são difíceis, mas sê-lo-ão ainda mais para cada um de nós, se cada um de nós não tiver gratidão por aquilo que Deus pôs nas nossas vidas. Porque a gratidão é, igualmente a expressão da confiança ma fé: " Até o pardal encontrou casa e a andorinha ninho para si e para a sua prole junto dos teus altares, Senhor dos Exércitos, Rei meu, Deus meu" (Salmo 84; 3). Sejamos gratos e tenhemos fé, porque Deus operará as maravilhas.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Um odiado cobrador de impostos...

O encontro do chefe dos publicanos, Zaqueu, com Jesus (Lucas 9:1-10) reveste-se de um interesse profundo para os cristãos, como exemplo de obediência, de alegria, generosidade e, finalmente, de esperança.
Zaqueu é um cobrador de impostos, ainda por cima para o Império Romano, o ocupante de Israel, e, como tal, pertence ao lado menos amigável do sistema. Pelo que o apostolo nos diz e pelas referências históricas sobre esta classe, Zaqueu deve ter sido um homem que vivia, pelo menos, confortável economicamente.
Escola de pintura grega-ortodoxa

Jesus vê Zaqueu empoleirado na árvore e ordena-lhe que desça sem demora, porque irá ficar em sua casa. E diz o apóstolo que o publicano apressou-se a descer da árvore e recebeu a Jesus com todo o gosto. Zaqueu como chefe dos cobradores de impostos é um homem habituado a exercer a autoridade que lhe advém do cargo. E, todavia, não hesita na humildade de obedecer a Jesus: é presto a descer da árvore e a recebê-l'O na sua casa. Mas Lucas refere também que Zaqueu foi mais além da obediência humilde, quase servil: recebeu gostoso a Jesus.
Gostoso. Esta a palavra-chave: quem está gostoso tem alegria no seu coração, sente-se feliz. Zaqueu recebe a Jesus em sua casa com alegria e prazer. Como publicano é considerado pelos outros judeus como um pecador a ser evitado, com quem os fariseus se recusam a comer junto. Desprezado por uns e certamente não muito amado pelos outros. E com este auto-convite de Jesus, não se aborrece pela insolência, não o "desce, posso hoje ficar em tua casa?", mas logo o "desce, que hoje convém-me ficar em tua casa", assim sem hipótese de objecção. Mas Zaqueu não se aborrece, bem pelo contrário, alvoroça-se de Jesus ir ficar em sua casa, não por escolha dele, mas por escolha do próprio Jesus. E sente-se honrado.
"Zaqueu desce, porque convém-me ficar em tua casa", Este convite que tantas vezes Jesus faz ao Zaqueu que habita dentro de nós. E responderemos nós com a mesma alegria e prontidão com que este homem se preparou para receber a Jesus em sua casa?
Zaqueu está gostoso, feliz, porque Jesus dirigiu o Seu olhar, o distingui-o de entre a multidão. E pleno deste gozo pela presença e distinção do Filho de Deus, é generoso, sem olhar para trás, sem regatear, sem temer. (Lucas 19:8). De novo um exemplo para cada um de nós.
Este homem, em vez de se revoltar contra a murmuração do mundo, o desprezo deste por si, torna-se, pela graça da presença de Jesus, generoso, não só nos seus bens mas, sobretudo, na sua atitude, ao pedir perdão e querer restabelecer a justiça, devolvendo quatro vezes mais a quem, eventualmente, defraudou.
É um momento de glória na vida deste homem, não glória mundana, mas glória divina (Salmo 23). E é nesta luz de glória que Jesus diz que a salvação entrou na casa de Zaqueu. Que a salvação entra em cada um de nós, quando aceitamos a Jesus, cumprindo-se a promessa de que o Filho de Deus veio para salvar os que estavam perdidos (Lucas9:10)

domingo, 2 de outubro de 2011

Jeovah Shammah - quando Deus brinca com o fogo

A igreja Ministérios João Viegas, consagrou, na semana passada o seu salão principal a Deus, passando a sua sala de culto a chamar-se "Jeovah Shammah". Esta madrugada fui tocado pelo Espírito Santo e ocorreu-me o que escrevo a seguir: Jeovah Shammah tem a sua pronuncia própria e acertada do hebreu. Mas aportuguesando a palavra e apenas foneticamente, permite uma pequena brincadeira, no entanto, muito séria.
Vejamos: as duas palavras resultariam nos sons de qualquer coisa muito próxima a Jeovah (Deus) Chama. Deus Chama.
Deus-chama: o fogo sinal de Deus - a sarça ardente perante Moisés, mediante a qual Deus fala com o profeta (Êxodo 3: 2-4); sinal nocturno durante a caminhada dos judeus por 40 anos no deserto (Êxodo 13: 21-22); a manifestação no sacrifício apresentado por Elias (1 Reis 18:38) ou a arrebatação do mesmo profeta (2 Reis 2:11); a manifestação do Espírito Santo sobre os apóstolos (Actos 2: 3; Mateus 3:16, Marcos 1:10, Lucas 3:22, Joao 1:32).
(O carro de fogo, tela de Giuseppe Angeli, Venea, Itália, 1712-1798)

Deus chama : aquela palavra íntima que sentimos dentro de nossos corações, que nos apela a Si, irresistível, e que nos salva. Aquele fogo no coração dos crentes, sentido pelos dois discípulos na estrada de Emaús, quando Jesus Ressuscitado fala com eles (Lucas 24: 32).
Jeovah Shammah: O Senhor está aqui; o Seu fogo está nos nossos corações!