segunda-feira, 5 de março de 2012

Cuidar com sabedoria

A parábola das dez virgens que Jesus contou (Mt. 25: 1-13) é uma bonita passagem do Novo Testamento que deve ser considerado como um aviso para todo o cristão, afim de que se prepare, porque nunca se sabe "nem o dia, nem a hora".
Peter von Cornelius, Öl auf Leinwand, 1813–19, Düsseldorf, Kunstmuseum As dez virgens.

Se Jesus quis com esta parábola alertar para a necessidade de o cristão estar sempre preparado para o momento do chamamento ou da segunda vinda do Senhor, não menos deixa de alerta para a necessidade de cada um de nós termos a sabedoria para cuidarmos devidamente da nossa vida espiritual e, por acréscimo, da nossa vida material, de forma a que, enfrentando as adversidade animados pela Fé, possamos dar testemunho vivo da glória de Deus.
Vivemos em Portugal, e de um modo geral em toda a Europa, momentos de grande desafio, que exigem de cada um de nós - que aceitámos a Jesus em nossas vidas - não o reclamar contra esta situação, como faz o mundo, mas qualquer coisa de diferente, qualquer coisa que marca a diferença entre o cristão e o mundo.
Tal como o povo de Israel foi levado para o deserto, após a saída do Egipto, para conhecer o que era a privação, depois da abundância na terra dos faraós (Nm, 13: 1-23), assim nós estamos a passar por uma experiência semelhante, em que possamos apreciar o que Deus nos dá e sentirmo-nos eternamente gratos pelas Suas graças. E gratidão implica humildade, dois valores interligados e de que tantas vezes nos esquecemos.
Porém, é sendo humilde e obediente à vontade de Deus, que cada um de nós alcança a sabedoria divina (1Rs 3: 7-14 e Dn. 2: 20-23). A sabedoria das cinco virgens que tomaram mais azeite do que aquele que era estritamente necessário para alimentar as lâmpadas enquanto esperavam pelo seu noivo. Esta sabedoria é a entrega das nossas vidas a Jesus, na certeza de que, através dele, temos o poder de Deus (Jo 14: 13-14). E cuidando desta forma das nossas vidas, dentro do cumprimento da vontade de Deus, podemos ter a certeza de que venceremos os "gigantes de Enac" e ainda podemos cumprir com outro preceito da vontade de Deus: se somos agraciados com a abundância é agora, mais do que nunca, que devemos "esforçar a mão do pobre" (Ez 16: 48-49), porque o Amor é grato aos olhos do Pai.

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